Uma confusão comum entre o público em geral e até mesmo entre profissionais do setor de gemas e joias, é a terminologia utilizada para definir uma joia com diamantes. Então vou esclarecer isso primeiro: gema preciosa é a melhor denominação para definir produtos de origem mineral, orgânica ( vegetal ou animal) e rochosa, utilizadas em peças de adorno pessoal, objeto decorativo ou utilitário, sendo sua dureza fator fundamental para o uso em peças de joalheria, ficando as demais reservadas para colecionadores.
Diamante é o nome de uma gema preciosa de origem mineral, constituída por carbono cristalizado. Seu nome deriva do grego "adamas": incontestável, indomável. É considerado imperecível justamente por não haver nada comparado à sua dureza, que varia de acordo com suas faces e características naturais. Os gregos associavam seu fogo e transparência à força e eternidade do amor.
Desde os anos 30 sabe-se que existem vários tipos de diamantes, que são classificados e distinguidos de acordo com vários aspectos e cor, podendo ser encontrado em todas as cores do arco-íris. Sua dureza 10 na escala de Mohs, implica em só ser riscado e lapidado com outro diamante ou pó de diamante. No caso de minerais e gemas, a dureza se refere à dureza de risco, e depois a resistência à lapidação. As propriedades ópticas do diamante são extraordinárias, sendo por isso considerado o rei das gemas. De fato, de todas as características de uma gema preciosa as propriedades ópticas são a de maior importância, pois produzem a cor, brilho, fogo e luminescência, jogo de luz e iridescência (opalescência de superfícies).
Pois bem, justamente para ressaltar toda a beleza e propriedades naturais, que as lapidações das gemas são usadas para sua colocação em joias e objetos através de processos próprios de cravação e engaste. O método mais antigo de trabalhar as gemas consiste em gravas figuras, símbolos ou letras, e as joias criadas pelos primeiros artesãos consistiam em ter gemas preciosas apenas polidas em sua superfície. Com essas primeiras técnicas surgiram ao longo dos tempos os modos de lapidação. A lapidação em facetas é provável que tenha se desenvolvido apenas a partir do século XV, coincidindo com as grandes descobertas marítimas e o avanço da ciência na época do Renascimento italiano, havendo, porém, registros de diamantes facetados em Veneza já no século IX.
A origem do brilho de uma gema é a reflexão, isto é, o reflexo na superfície de uma parte da luz incidente sobre ela. O brilho depende do índice de reflexão da pedra e das características de sua superfície e composição. Quanto maior a refração tanto maior será o seu brilho. E o mais apreciado é o brilho do diamante, tendo sido criado para ele uma lapidação especial - a lapidação brilhante, que consiste em 32 facetas na parte superior (mesa) e 24 na parte inferior ( pavilhão).
Portanto, o termo BRILHANTE refere-se a um tipo de lapidação especial criada para a beleza natural dos diamantes, sendo completa com 56 facetas, independentemente de seu tamanho e cor, e o termo DIAMANTE é a denominação da gema preciosa. Referir-se a uma joia como "joia com brilhantes " significa que esta joia foi confeccionada com diamantes em lapidação que reflete o máximo de cor, brilho, transparência e impacto visual que uma gema preciosa pode alcançar.
Para saber mais, consulte o livro que é a referência para entender o mundo das joias e gemas: GEMAS DO MUNDO, de Walter Schumann, e, claro, se preferir, escreve para mim e faça as suas perguntas tranquilamente: lilianemancebo@gmail.com
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